terça-feira, 5 de junho de 2007

Basquetebol - Termos e Gestos Técnicos



Assistência

Assistência é um passe certeiro que encontra outro companheiro de equipa, livre de marcação, e acaba convertido num cesto. Para os americanos, o jogador que faz assistências é mais importante até que o melhor marcador da equipa.

Drible

  • Drible de progressão – Utilizado fundamentalmente para sair de uma zona congestionada e avançar no terreno.
  • Drible de protecção - Serve fundamentalmente para abrir linhas de passe e para garantir a posse de bola. É um tipo de drible, que face a uma maior proximidade do defesa, o jogador tem de dar maior atenção à protecção da bola.

Passe

O passe tem como objectivo a colocação da bola num companheiro que se encontre em melhor posição, para a criação de situações de finalização ou para a progressão no terreno de jogo. Existem vários tipos de passe: peito, picado, por cima com 2 mãos, lateral com 1 mão, por trás das costas, etc.


Proposto por: André Pires, 12º A

Basquetebol - Contra-ataque



Após um ressalto defensivo, para dar continuidade ao jogo inicia-se o contra-ataque. Que tem como objectivo realizar um lançamento mais próximo possível do cesto do adversário, em situação de superioridade numérica, ou seja, com oposição reduzida.

A primeira coisa que se deve fazer quando se ganha o ressalto é rodar para a linha lateral mais próxima e procurar um companheiro a quem passar. Pode também, se tiver espaço, driblar pelo corredor central.

A seguir, o jogador que recebeu o primeiro passe, deve preocupar-se em colocar a bola no corredor central o mais rapidamente possível, passando-a a um companheiro que se movimenta nesse espaço ou tomando ele próprio essa iniciativa, usando o drible. Os restantes jogadores movimentam-se pelo lado contrário onde ocorreu ressalto.

Proposta de: Andreia Sobral, 12º A

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Basquetebol - Regulamento

Objectivo do jogo de basquetebol:
O objectivo do jogo é introduzir a bola no cesto da equipa adversária (marcando pontos) e, simultaneamente, evitar que esta seja introduzida no próprio cesto, respeitando as regras do jogo. A equipa que obtiver mais pontos no fim do jogo, vence.

A competição é dirigida por:
  • Três árbitros – que têm com função assegurarem o cumprimento das regras do jogo.
  • Um marcador e o seu auxiliar – têm como funções o preenchimento do boletim de jogo, onde registam os pontos marcados, as faltas pessoais e técnicas, etc.
  • O cronometrista – verifica o tempo de jogo e os descontos de tempo
  • Um operador de vinte e quatro segundos – controla os 24 segundos que cada equipa dispõe para a posse ininterrupta da bola.

  • Equipa - Existem duas equipas que são compostas por 5 elementos cada (em jogo), mais 7 suplentes.
  • Início do jogo – O Jogo começa com o lançamento da bola ao ar, pelo árbitro, entre dois jogadores adversários no círculo central, esta só pode ser tocada quando atingir o ponto mais alto. A equipa que não ganhou a posse de bola fica com a seta a seu favor.
  • Duração do jogo – Quatro períodos de 10 minutos de tempo útil cada, com um intervalo de meio tempo entre o segundo e o terceiro período com a duração os 15 minutos, e com intervalos de dois minutos entre o primeiro e o segundo período e entre o terceiro e o quarto período. O cronómetro só avança quando a bola se encontra em jogo, isto é, sempre que o árbitro interrompe o jogo, o tempo é parado de imediato.
  • Reposição da bola em jogo - Depois da marcação de uma falta, o jogo recomeça por um lançamento fora das linhas laterais, excepto no caso de lances livres. Após a marcação de ponto, o jogo prossegue com um passe realizado atrás da linha do campo da equipa que defende.
  • Como jogar a bola - A bola é sempre jogada com as mãos. Não é permitido andar com a bola nas mãos ou provocar o contacto da bola com os pés ou pernas.
  • Pontuação - Um cesto é válido quando a bola entra no cesto, por cima, passa através ou na rede fique presa. Um cesto de campo vale 2 pontos, a não ser que tenha sido conseguido para além da linha dos 3 pontos, situada a 6,15m (valendo, portanto, 3 pontos); um cesto de lance livre vale 1 ponto.
  • Empate – Os jogos não podem terminar empatados. O desempate processa-se através de períodos suplementares de 5 minutos.
  • Resultado – O jogo é ganho pela equipa que marcar maior número de pontos no tempo regulamentar.
  • Lançamento livre – Na execução, os vários jogadores, ocupam os respectivos espaços ao longo da linha de marcação, não podem deixar os seus lugares até que a bola saia das mãos do executante do lance livre (A6); não podem tocar a bola na sua trajectória para o cesto, até que esta toque no aro.
  • Penalizações de faltas pessoais – Se a falta for cometida sobre um jogador que não está em acto de lançamento, a falta será cobrada por forma de uma reposição de bola lateral, desde que a equipa(e) não tenha cometido mais do que 4 (quatro) faltas coletivas durante o período, caso contrário é concedido ao jogador que sofreu a falta o direito a dois lances livres. Se a falta for cometida sobre um jogador no acto de lançamento, o cesto conta e deve, ainda, ser concedido um lance livre. No caso do lançamento não tiver resultado cesto, o lançador irá executar o(s) lance(s) livres correspondentes às penalidades (2 ou 3 lances livres, conforme se trate de uma tentativa de lançamento de 2 ou 3 pontos).
  • Regra dos 5 segundos - Cada jogador dispõe de 5 segundos para repor a bola em jogo.
  • Regra dos 3 segundos - Um jogador não pode permanecer mais de 3 segundos dentro da área restritiva do adversário, enquanto a sua equipa esteja de posse de bola.
  • Regra dos 8 segundos - Quando uma equipa ganha a posse da bola na sua zona de defesa, deve, dentro de 8 segundos, fazer passar a bola para a zona de ataque.
  • Regra dos 24 segundos - Quando uma equipa está de posse da bola, dispõe de 24 segundos para a lançar ao cesto do adversário.
  • Bola presa – Considera-se bola presa quando dois ou mais adversários tiverem um ou ambas as mãos sobre a bola, ficando esta presa. A posse de bola será da equipa que tiver a seta a seu favor.
  • Transição de campo – Um jogador cuja equipa está na posse de bola, na sua zona de ataque, não pode provocar a ida da bola para a sua zona de defesa.
  • Dribles - Quando se dribla pode-se executar o n.º de passos que pretender. O jogador não pode bater a bola com as duas mãos simultaneamente, nem efectuar dois dribles consecutivos (bater a bola, agarrá-la com as duas mãos e voltar a batê-la).
  • Passos – O jogador não pode executar mais de dois passos com a bola na mão.
  • Faltas pessoais – É uma falta que envolve contacto com o adversário, e que consiste nos seguintes parâmetros: Obstrução, Carregar, Marcar pela retaguarda, Deter, Segurar, Uso ilegal das mãos, Empurrar.
  • Falta anti-desportiva – Falta pessoal que, no entender do árbitro, foi cometida intencionalmente, com objectivo de prejudicar a equipa adversária.
  • Falta técnica – Falta cometida por um jogador sem envolver contacto pessoal com o adversário, como, por exemplo, contestação das decisões do árbitro, usando gestos ou atitudes ofensivas, ou mesmo quando não levantar imediatamente o braço quando solicitado pelo árbitro, após lhe ser assinalada falta.
  • Falta da equipa – Se uma equipa cometer num período, um total de cinco faltas, para todas as outras faltas pessoais sofrerá a penalização de dois lançamentos livres.
  • Número de faltas – Um jogador que cometer cinco faltas está desqualificado da partida.

Proposta de: Carina Trigo, 12º B

Atletismo - 100 metros

A prova de 100 metros rasos é considerada a rainha do atletismo de velocidade. Dura pouco mais de 10 segundos. Um atleta em média dá 45 passadas no percurso e cruza a linha de chegada a 36 km/h. Um homem comum faria a prova com 50 passadas e numa velocidade de 22,5 km/h. Treinado para responder ao disparo do tiro de partida, um velocista campeão gasta em média dezoito centésimos de segundo para dar início a sua corrida. Uma pessoa determinada leva 27 centésimos de segundo para reagir. Os atletas inspiram na largada, expiram e inspiram novamente na marca dos 50 metros e expiram novamente só no fim da corrida. No primeiro movimento o atleta já avança cinco metros. É a primeira demonstração de explosão muscular. As passadas iniciais medem 1,60m. O campeão na média atinge sua velocidade máxima (43 km/h) aos 35 metros de corrida, quando a extensão das passadas passa para 2,10 metros e consegue mantê-la até os setenta metros. Um atleta comum já terá alcançado a velocidade máxima (27 km/h) na altura dos 25 metros de prova e começa a desacelerar a cinquenta metros do final da competição. É que o corpo humano não resiste mais do que seis segundos trabalhando a plena carga. A chegada é dada com o atleta travando. Nessa prova, os atletas calçam sapatilhas que são tão leves quanto as de ballet e pesam 170 gramas cada (50% menos que um chinelo estilo Rider). As solas têm pregos de comprimento máximo fixado em 8,4 milímetros, e a espessura da sola não pode ultrapassar treze milímetros. No caso de uma chegada empatada, os juízes irão observar a posição dos ombros ou do torso do atleta para determinar o vencedor. Pernas e braços não são levadas em conta. Em 1968, o norte-americano Jim Haines foi o primeiro homem a fazer os 100 metros rasos em menos de 10 segundos. Ele baixou a marca da prova para 9,95s. O recorde durou quinze anos, até que outro americano, Calvin Smith, chegasse aos 9,93s, em 1983.

Proposta de: Luis Pires, 11º A

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Atletismo - Triplo Salto

O Triplo Salto é um salto horizontal muito complicado e exigente. As suas origens remontam aos antigos Jogos Olímpicos dos Gregos, quando não existiam regras e os atletas podiam dar dois pulos e um salto, ou três passos e um salto.

O objectivo deste tipo de salto é atingir a maior distância possível entre a chamada e a queda, devendo o atleta realizar um salto a pé coxinho (hop), uma passada saltada (step) e um salto final (jump). A tábua de chamada, está a 13 metros da areia para os homens e a 11 metros para as senhoras. O comprimento do salto é medido a partir da tábua de chamada até onde aterra o salto.
  • Os saltos são realizados num espaço com pista de balanço, zona de chamada e área de queda, aplicando-se as regras gerais do salto em comprimento.
  • O primeiro salto deve ser efectuado com o pé de chamada, a passada saltada com outro pé e, por fim, a recepção a dois pés.

Componentes do salto:
1. Salto (hop):

  • Efectuado com a perna mais forte;
  • Tempo de contacto com o solo menor que no salto em comprimento;
  • Menor diminuição velocidade horizontal;
  • Grande importância do equilíbrio e da coordenação de movimentos, o que determina os próximos saltos;
  • Menor rebaixe do centro de gravidade;
  • Troca de pernas em fase de voo (início de movimento de tesoura);


2. Salto Step ou Parada:

  • Inicia-se com o contacto da perna de impulsão em cheio com o solo (maior sua absorção de impacto);
  • Pequena flexão de perna de impulsão (maior tensão elástica);
  • Perna de impulsão sofre grande pressão (até 6 vezes o peso do atleta)
  • A chamada é realizada com um movimento de "patada"onde o saltador faça um movimento brusco com a perna para trás e para cima, tentando assim reduzir a perda de velocidade horizontal;
  • Fase de voo, correcção do equilíbrio através da rotação horizontal dos braços, colocando o centro de gravidade no lugar.

3. Salto Jump:

  • É aquele realizado com a perna de elevação (perna mais fraca)
  • Toque sobre a planta do pé (maior absorção de impacto);
  • Movimento de "patada" activa na chamada para reduzir a perda de velocidade horizontal;
  • Maior tempo de contacto com o solo;
  • Fase de voo próximo do salto em comprimento. A correcção do equilíbrio é feita através da rotação horizontal de braços, na fase de voo.

Limitações

  • O segundo salto deve ser dado com a mesma perna que o primeiro.
  • O terceiro salto deve ser dado com a perna contrária ao do primeiro e segundo salto.
  • O pé inactivo não pode tocar o solo;
  • Não se pode, ao saltar, cair fora da pista ou da caixa de areia.
  • O salto é considerado nulo se na chamada, o atleta pisar uma linha marcada com plasticina na tábua de chamada, se ultrapassar a tábua, ou uma parte do pé passar o limite da tábua de chamada.

Curiosidades:

  • O recorde mundial de triplo salto masculino pertence ao britânico Jonathan Edwards, com 18.29 metros, marca datada de 7 de Agosto de 1995, em Gotemburgo, na Suécia.
  • Quanto a atletas femininas, a ucraniana Inessa Kravets alcançou o recorde mundial nesta prova, em 10 de Agosto de 1995, também em Gotemburgo, na Suécia. Fez um salto de 15.50 metros.
  • Em Portugal, Nelson Évora bateu recentemente o antigo recorde nacional saltando 17,23 metros, em Gotemburgo, no dia 10 de Agosto de 2006.
  • A atleta feminina Cristina Morujão, detentora do recorde nacional desta prova, tem como marca 13.57 metros, conseguidos na Maia, em 28 de Junho de 1997.

O português Nelson Évora e o britânico Jonathan Edwards.

Nota: todos os recordes considerados são recordes de pista ao ar livre.

Proposta de: Vania Evaristo, 11º A

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Mais Exercício Físico mais QI

Mais ágeis. Mais fortes e, sobretudo, mais inteligentes. Pela primeira vez, a ciência conseguiu provar que o exercício físico aumenta a capacidade cerebral e pode ser uma arma no combate à doença de Alzheimer. Mas ainda não foi inventado o «comprimido para fazer ginástica». Por isso, mexa-se!

O cliché do atleta idiota nunca pareceu justo a Charles Hillman. Sendo ele próprio um atleta, joga hóquei no gelo quatro vezes por semana e quando não está a interceptar os seus adversários, está a dar à sua mente um exercício semelhante no laboratório de Neurociência e Cinesiologia na Universidade do Illinois, nos Estados Unidos. Na sua cadeira, quase todos os semestres, segundo diz, a equipa feminina de corta-mato tinha melhores resultados nos exames. Por essa razão, começou a interrogar-se se não haveria uma ligação vital e até agora negligenciada entre músculos e miolos. Com a ajuda de colegas, reuniu 259 alunos do terceiro e do quinto ano, mediu o seu índice de massa corporal e pô-los a fazer exercícios clássicos de Educação Física: alongamentos, corrida rápida, flexões e abdominais cronometrados. Depois, comparou as capacidades físicas com as notas em Matemática e em Interpretação num exame normalizado a nível nacional. Como previsto, na globalidade, os jovens com mais preparação física eram também os que apresentavam maior desenvolvimento intelectual, mesmo quando factores como o estatuto socioeconómico eram tidos em conta. O desporto, concluiu Hillman, pode de facto estimular o intelecto dos estudantes.

O estudo de Hillman faz parte de um movimento científico recente e em rápido crescimento que defende que o exercício físico pode tomar as pessoas mais inteligentes. No final do mês passado, numa comunicação que já é uma referência, alguns investigadores anunciaram que tinham induzido o cérebro humano a produzir novas células nervosas, processo que durante décadas se julgara impossível, ao sujeitarem durante três meses um grupo de pessoas a um regime vigoroso de exercícios aeróbicos. Outros cientistas descobriram que o exercício físico enérgico pode levar as células nervosas mais velhas a formar teias interligadas que fazem o cérebro funcionar com maior velocidade e eficácia. E há indícios de que a actividade física pode protelar o início da doença de Alzheimer, do TDAH (Transtorno do défice de atenção com hiperactividade) e de outras doenças cognitivas. Segundo parece, qualquer que seja a nossa idade, um corpo activo é crucial para manter uma mente forte e ágil.

Os cientistas sempre suspeitaram disso, embora não o conseguissem provar. A ideia do «atleta­académico» remonta à cultura da Grécia antiga, onde «a boa forma física era quase tão importante como o conhecimento», diz John Ratey, psiquiatra de Harvard. Os gregos eram obcecados pela «ligação corpo­mente». E talvez tenham intuído o princípio básico de que o exercício ajuda o coração a bombear mais sangue para o cérebro, juntamente com o resto do corpo. Mais sangue significa mais oxigénio e portanto células cerebrais mais bem alimentadas. Durante décadas essa foi a única ligação entre destreza atlética e mental que a ciência conseguiu demonstrar com algum grau de certeza.

Contudo, munidos agora de instrumentos de imagiologia cerebral e de um entendimento sofisticado da bioquímica, os investigadores compreendem que os efeitos mentais do exercício físico são mais profundos e complexos do que se pensava. O processo inicia-se nos músculos. De cada vez que um bíceps ou quadríceps se contrai e descontrai, liberta substâncias químicas, incluindo uma proteína que entra no cérebro e aí assume o papel do capataz na fábrica de neurotransmissores do organismo. Emite ordens para aumentar a produção de diversas substâncias químicas, incluindo uma chamada factor neurotrófico derivado do cérebro ou BDNF. Ratey, autor do livro Spark: The Revolutionary New Science of Exercise and the Brain, chama a esta molécula o «milagre para o cérebro». «Alimenta quase todas as actividades que levam ao pensamento superior.»

Com exercício regular, o corpo fabrica os seus níveis de BDNF e as células nervosas do cérebro começam a ramificar-se, associando-se e comunicando umas com as outras de novas maneiras. Este é o processo subjacente ao conhecimento: todas as mudanças nas ligações entre as células do cérebro significam um novo facto ou uma nova capacidade que foram apreendidos e armazenados para uso futuro. O BDNF torna esse processo possível A maioria das pessoas mantém geralmente níveis constantes de BDNF quando atinge a idade adulta. Mas ao envelhecerem os seus neurónios começam lentamente a morrer. Até meados da década de 1990, os cientistas pensavam que a perda era permanente. Mas estudos realizados em animais na última década mostraram que a «neurogénese» em diversas partes do cérebro pode ser facilmente induzida pelo exercício. E estudos publicados recentemente na revista «Proceedings of the National Academy of Sciences» estenderam pela primeira vez esse princípio aos seres humanos. Depois de realizarem exercício durante três meses, todos os indivíduos pareciam desenvolver novos neurónios; os que ganharam mais em capacidade cardiovascular também desenvolveram mais células nervosas. «Foi extremamente interessante verificar pela primeira vez este efeito do exercício físico nos seres humanos», diz Scott Small, neurologista do Columbia University Medical Center, que foi co-autor do estudo com o neurobiólogo Fred Gage, do Salk Institute.

O primeiro passo é descobrir exactamente onde é que as novas células cerebrais estão a crescer - e se é uma parte do cérebro que necessita de ser rejuvenescida. Na experiência de Small e Gage, os novos neurónios criados pelo exercício físico surgiram num único lugar: o giro do cíngulo do hipocampo, uma área que controla o conhecimento e a memória (ver infografia, página 54). Esta região, localizada por baixo dos lóbulos, ajuda o cérebro a associar nomes aos rostos - uma das primeiras capacidades a extinguirem-se com a idade. Felizmente, o hipocampo é uma zona que reage especialmente bem aos efeitos do BDNF e o exercício parece recuperá-lo para um estado «mais jovem». «Não se trata apenas de uma questão de retardar o envelhecimento mas de reverter o processo», diz Arthur Kramer, psicólogo da Universidade do Illinois. O trabalho de Kramer também tem implicações no que respeita aos lóbulos frontais, o local do «funcionamento executivo» - um tipo de pensamento superior que envolve o processo de tomada de decisão, execução simultânea de tarefas e planeamento. Com a tecnologia associada à imagiologia, descobriu que o exercício leva a um aumento do tamanho dos lóbulos frontais. E em dezenas de estudos anteriores de homens e mulheres com mais de 60 e de 70 anos, caminhadas rápidas e outros exercícios aeróbicos deram origem a melhorias do funcionamento executivo. Estes indivíduos tiveram melhor desempenho em testes psicológicos, respondendo a perguntas com mais rigor e rapidez. Tanto quanto sabem os cientistas, os novos neurónios não conseguem crescer em todas as zonas do cérebro. Mas as outras regiões beneficiam indirectamente do exercício físico de muitas maneiras. O volume de sangue, tal como o volume do cérebro, aumenta com o exercício, diz Small: «Onde quer que haja o nascimento de células cerebrais, verifica-se o nascimento de novos vasos capilares.» Adultos activos têm menos inflamações cerebrais. «Também têm menos derrames pequenos, que podem prejudicar a capacidade cognitiva sem que a pessoa se aperceba disso», diz a neurocientista Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia em São Francisco. Contudo, outros investigadores descobriram que os atletas têm mais astrócitos ou células que suportam os neurónios e actuam sobre a dispersão dos neurotransrnissores depois destes serem utilizados para enviar mensagens de célula para célula. E mesmo os níveis desses neurotransmissores são mais elevados em pessoas que se exercitam com frequência. «A doparnina, a serotonina ou a norepinefrina - todos apresentam níveis elevados depois de uma sessão de exercício», diz Ratey. «Por isso, fazer exercício ajudará a concentrar-se, a acalmar-se, a controlar a impulsividade - é como tomar um pouquinho de Prozac e outro de Ritalin.» Estes efeitos adicionais aparecem quase de imediato. Se descermos do tapete rolante depois de meia hora de exercício, diz Hillman, «dentro de 48 minutos» o nosso cérebro estará em melhor forma. Mas tal como o peso, a boa forma mental tem que ser trabalhada. Os novos neurónios e as ligações entre eles durarão anos, mas após um mês de inactividade «os aStrócitos voltam a encolher e depois os neurónios também deixam de funcionar tão bem», diz William Greenough, psicólogo da Universidade do Illinois. Deixem o corpo ir, porque depois o cérebro segue-lhe o exemplo. «Se pensa que por se exercitar aos 20 anos isso vai ter efeito sobre o que será aos 70, desengane-se», acrescenta Greenough, o melhor é estar disposto ao compromisso de frequentar o ginásio durante 50 anos. A não ser que se trate de uma criança. Em crianças pequenas os efeitos ainda são mais potentes. Provavelmente, o exercício tem «um efeito mais duradouro sobre cérebros que ainda estão a desenvolver-se», diz Phil Tomporowski, professor de Ciência do Exercício na Universidade da Georgia. Nas crianças, tal como nos adultos, o hipocampo colhe muitos benefícios do exercício físico. Isto não constitui surpresa para pais de filhos com TDAH, muitos dos quais já recorrem à actividade física como substituto ou suplemento de medicamentos. Até cerca dos 20 anos, as crianças não têm os lóbulos frontais totalmente desenvolvidos, por isso «recrutam» outras partes do cérebro para executar as funções necessárias, incluindo as ligadas à aprendizagem. No exame feito por Hillman a alunos dos terceiro e quinto anos de Educação Física, o exercício não acelerou apenas o funcionamento executivo mas uma grande variedade de aptidões, que vão desde a matemática à lógica, passando pela interpretação, todas elas mobilizando muitas zonas do cérebro. «Nas crianças, vemos uma quantidade tremenda de tecido cerebral em crescimento, particularmente no lóbulo frontal», diz Tomporowski.
Com base neste conhecimento, muitos educadores estão agora a pressionar para que seja feita uma reestruturação ao nível da Educação Física nas escolas públicas.
Os professores podem garantir o sucesso dos seus alunos noutras matérias, argumentam eles, fazendo aulas de Educação Física mais longas e mais centradas em exercícios cardiovasculares de reforço cerebral.
Em escolas de Naperville, Illinois, os alunos com fracas aptidões verbais começaram a ter Educação Física imediatamente antes da aula de interpretação. As suas notas, diz Ratey, já começaram a melhorar.

Se as crianças desenvolverem desde cedo o gosto pelo desporto, terão mais propensão para se tornarem adultos activos e assim evitarem um destino com que os seus avós agora se confrontam: um lento deslizar para uma degradação cognitiva que precede a doença de Alzheimer. Segundo o neurocientista Gómez-Pinilla, estudos sugerem que as pessoas que fazem exercício pelo menos algumas vezes por semana tendem a desenvolver Alzheimer menos vezes do que os seus parceiros mais sedentários. Há também pistas ao nível do cérebro: um dos primeiros alvos da doença é o hipocampo. Mais controversa é a suposição de que o exercício pode abrandar a progressão de Alzheimer uma vez declarada. Mas existe uma ponta de esperança, descoberta no estudo de animais. Em ratos que desenvolveram uma doença semelhante à de Alzheimer, formou-se no cérebro um tipo de placa idêntica à encontrada nas pessoas. Carl Cotman, neurologista da Universidade da Califórnia em Irvine, examinou esses ratos em 2005 e descobriu que os que passavam mais tempo a correr nas rodas tinham melhores resultados nos testes de memória. Também apresentavam níveis inferiores de placa no cérebro, possivelmente, diz ele, «porque o exercício os levava a produzir menos placa e a eliminar uma parte dela». Esse facto suscita uma interrogação: se o exercício é um remédio tão bom, será que os cientistas poderão um dia sintetizar os seus efeitos benéficos para o cérebro numa fórmula química - uma espécie de «comprimido para fazer ginástica»? O resultado pode acabar por se parecer com muitos dos medicamentos que os cientistas estão a desenvolver para reforçar a memória em doentes de Alzheimer. Iria certamente atrair também pessoas que não estão dispostas a arrastar-se até ao ginásio dia sim, dia não. «As pessoas não têm força de vontade suficiente», diz Ratey. «Querem ver resultados imediatos e sem perda de tempo e não estão para sofrer em cima de um tapete rolante.» Small, o investigador de Columbia diz que muitos colegas de laboratório começaram a praticar exercício em consequência dos resultados do seu estudo. Mas os cientistas ainda têm muitas perguntas sem resposta. A principal é porque razão algumas formas de exercício afectam muito mais o cérebro do que outras. A maioria dos investigadores centrou-se no exercício aeróbico «e ignorou o treino de resistência», diz Carole Lewis, fisioterapeuta e co-autor do novo livro Age-Defying Fitness. «Estudos que analisaram alongamentos, tonificação e levantamento de pesos descobriram poucos ou nenhuns efeitos sobre a capacidade de cognição.»

Texto de Mary Carmichael. Tradução de Aida Macedo Fonte: Revista Única, pp.50-57, Jornal Expresso de 28 de Abril de 2007 Sobre o investigador Charles Hillman: Ph.D., Cognitive Motor Behavior, University of Maryland at College Park, 2000 Department of Kinesiology and Community Health 213 Louise Freer Hall 906 S. Goodwin Ave. Urbana, IL 61801 Phone:(217) 244-2663 Fax:(217) 244-7322 http://www.kch.uiuc.edu/staff/chhillma.htm

Atletismo - História

A palavra atleta tem origem na palavra grega “athletis” que significa lutador, ou seja, Atletismo representa a arte dos lutadores.

A primeira corrida atlética data de 776 a. C nos primeiros jogos olímpicos da antiguidade.

Os estádios gregos eram na altura em forma de U estreito e apenas uma linha separava o público dos concorrentes. A pista do estádio de Olímpia era delimitada por “achesis” (linha de partida) e pela “terna” (linha de chegada). Na linha de partida havia ranhuras feitas com pedaços de mármore fixados ao solo, para os atletas colocarem os pés. A saída era sorteada e efectuada com quatro concorrentes em linha, havendo o sistema de eliminatórias e a final.

Durante o sec XIX foram sendo modificadas as regras, primeiro pela Universidade onde se organizavam as competições e mais tarde pelos organismos internacionais e Olímpicos.

No Real Academia Militar de Saudhurst em 1810, realizam-se as primeiras competições modernas e em 1817, em Inglaterra, foi fundado o primeiro clube de atletismo do mundo.

Em 1896 realizaram-se em Atenas os primeiros jogos olímpicos da era moderna, sob o impulso do Barão Pierre de Coubertine, “pai dos jogos olímpicos modernos”, cujo objectivo dos jogos era restaurar os antigos ideais olímpicos: unificação dos povos.

só em 1913 é que a Federação Internacional de Atletismo Amador (FIAA) foi aceite pelo congresso realizado em Berlim.

Nos jogos olímpicos de Amesterdão em 1928, surge a pista oval de 400 metros (sendo abandonada a pista em U), o que permitiu o aparecimento de provas com mais que uma volta, como as corridas de meio fundo.

Proposta de: Juliana Samorinha, 11º A